domingo, 28 de outubro de 2012

Otelo ao vivo de Nova York no NYCC do Rio de Janeiro

Otelo é um dos clássicos de William Shakespeare e como outras de suas tragédias, envolve o público de uma forma sedutora e intrigante. Vê-la não só na telona dos cinema UCI, como em forma de ópera é uma experiência inesquecível.


A ópera em quatro atos do compositor italiano Giuseppe Verdi, com libreto de Arrigo Boito, foi baseado na peça Othello, the Moor of Venice ("Otelo, o mouro de Veneza"), do dramaturgo inglês William Shakespeare. Foi a penúltima ópera de Verdi e considerada por muitos a sua maior obra, a qual estreiou nos palcos em 1887, na cidade de Milão.

Uma coisa interessante nessa peça é o personagem Iago, que como todo bom vilão rouba a cena. Além dele ser o pivô da maioria dos problemas de Otelo e Desdêmona, é aquele tipo de vilão que segue a linha do clássico vilão novela (melodrama) e talvez por isso Shakespeare faça tanto sucesso no Brasil, com grande tradição em radionovelas e telenovelas.


As alegrias e angústias de cada personagem geralmente é culpa de um vilão adoravelmente mal, pois todos adoram odiá-lo. Iago é assim, um vilão típico que como outros do autor inglês, inspirou várias gerações de dramaturgos modernos, inclusive brasileiros; os quais criaram marcantes personagens como Odete Roitman da novela 'Vale Tudo' (1988), Raquel de 'Mulheres de Areia' (1993) e mais recentemente a Carminha de 'Avenida Brasil' (2012) entre outros vilões com ares shakesperianos das novelas nacionais.

A história de Otelo segue a linha da maioria das histórias carregadas de dramas criadas pela genialidade de Shakespeare, tem grande conteúdo político, muitas intrigas, conspirações e amores trágicos; afinal o autor bebeu nas fontes das tragédias gregas e ficou famoso por suas peças no estilo e também pelas comédias que seguiam o estilo grego.


No site do Metropolitan Opera há a descrição detalhada dos atos em vários idiomas, inclusive em português. Veja a seguir, ou leia na página de 'Otelo' no Met Opera, ou de outras peças.

Sinopse da ópera Otelo:

Personagens
Otelo - governador mouro de Chipre e general do exército veneziano (tenor)
Desdêmona - esposa apaixonada de Otello (soprano)
Iago - subalterno de Otelo, astuto e manipulador, quer destruir o mouro bancando ser seu amigo (barítono)
Emília - esposa de Iago e damas de companhia de Desdêmona (mezzo-soprano)
Cássio - Amigo e subalterno de Otelo, foi promovido e tem Iago de olho em seu posto. (tenor)

1º ato
Chipre, final do século XV. Da costa, os cipriotas observam ansiosos uma tempestade a castigar a esquadra veneziana, enviada para defender a ilha dos invasores turcos. O mouro Otelo, general veneziano e governador de Chipre, desembarca com segurança a sua nau capitânia no porto e anuncia a destruição da esquadra turca (“Esultate!”). Iago, porta-bandeira de Otelo, consulta o abastado Rodrigo, que está apaixonado por Desdêmona, uma beldade veneziana que se casou recentemente com Otelo. Prometendo ajudá-lo, Iago assegura a Rodrigo que Desdêmona se cansará logo do marido. Ele revela o seu ódio por Otelo, que ignorou o seu pedido de promoção e promoveu Cássio no seu lugar. Enquanto os cidadãos comemoram a vitória do governador, Iago propõe um brinde. Cássio se recusa a beber, mas Iago argumenta que ele não pode se recusar a saudar a nova esposa de Otelo. Cássio consente e fica tonto enquanto Iago provoca Rodrigo a lutar contra Cássio. Montano, o antigo governador, tenta separar os dois, mas Cássio o ataca também. Vindo do castelo, Otelo restaura a ordem e se enfurece com o comportamento dos seus soldados. Quando ele vê que Desdêmona está incomodada com o tumulto, cancela a promoção recente de Cássio e manda todos irem embora. A sós, os amantes relembram como cortejaram e reiteram mutuamente o seu amor (dueto: “Già nella notte densa”).

2º ato
Iago recomenda a Cássio que faça a proposta a Desdêmona. Iago argumenta que a influência desta sobre o general certamente acarretará a reintegração de Cássio. Assim que Cássio desaparece de vista, Iago declara sua crença de que um deus cruel criou o ser humano perverso e que a vida não faz sentido (“Credo in un Dio crudel”). Ele observa Cássio se aproximar de Desdêmona no jardim. Quando Otelo surge, o tenente faz comentários triviais sobre a fidelidade de Desdêmona. Encantado com a beleza de sua esposa, Otelo a saúda amorosamente, mas quando ela pergunta sobre o rebaixamento de Cássio, Otelo se irrita e reclama de uma dor de cabeça. Ela lhe oferece um lenço para refrescar a testa, mas ele o atira no chão. Emília, a dama de companhia, que é esposa de Iago, o pega do chão. Enquanto Desdêmona tenta acalmar Otelo, Iago toma o lenço de Emília (quarteto: “Se inconscia contro te, sposo”). Otelo manda todos saírem, com exceção de Iago, que permanece, observando as suspeitas cada vez maiores de Otelo. Para atiçar as chamas, ele inventa uma história de como Cássio falou de Desdêmona durante o sono; ele menciona ter visto o lenço desta nas mãos de Cássio. Explodindo de raiva e ciúmes, Otelo jura vingança e Iago adere ao juramento (dueto: “Si, pel ciel marmoreo giuro”).

3º ato
Um mensageiro conta a Otelo sobre a chegada iminente dos embaixadores venezianos. Iago diz ao general que em breve ele terá mais provas da traição entre a sua esposa e Cássio. Desdêmona surge e Otelo fala calmamente até que ela retoma o assunto sobre Cássio (dueto: “Dio ti giocondi, o sposo”). Quando Otelo exige o lenço que ele havia lhe dado, ela novamente pleiteia em favor de Cássio. Incapaz de controlar a sua fúria por mais tempo, Otelo acusa-a de infidelidade e manda-a embora. Sozinho, ele sofre um ataque de desespero e autocomiseração (“Dio! mi potevi scagliar”). Em seguida, se esconde quando vê Iago retornar acompanhado de Cássio. Iago agita o lenço que roubou e conduz a conversa com Cássio de tal maneira que Otelo possa escutar apenas fragmentos, presumindo incorretamente que eles estejam falando sobre Desdêmona. Quando os trompetes anunciam os dignitários de Veneza, Otelo promete matar a esposa naquela noite. Ele cumprimenta o embaixador Lodovico, que o convoca de volta a Veneza e designa Cássio para governar Chipre. Ao ouvir essas notícias, Otelo perde controle, joga a esposa no chão e a insulta. Ele ordena que todos saiam e prostra-se, vítima de um ataque, enquanto Iago o contempla com desprezo.

4º ato
Preparando-se para ir para a cama, a apavorada Desdêmona canta uma canção sobre uma donzela abandonada pelo amante (“Piangea cantando”). Assustada com o vento, ela deseja, emocionada, boa noite a Emília e faz suas orações (“Ave Maria”). Tão logo ela adormece, Otelo entra e a beija. Desdêmona desperta e insiste ser inocente, mas Otelo a estrangula. Emília se assombra com a notícia de que Cássio matou Rodrigo. Ela se horroriza ao encontrar Desdêmona à beira da morte e pede socorro. Percebendo o que fez, Otelo reflete sobre a glória do passado (“Niun mi tema”), perfura-se com um punhal e, antes de morrer, dá um último beijo em sua esposa.

Condutor: Semyon Bychkov
Produção: Elijah Moshinsky
Cenário: Michael Yeargan
Figurino: Peter J. Hall
Iluminação: Duane Schuler
Coreografia: Eleanor Fazan

(Veja um video de Otelo no Met Opera clicando AQUI.)

Site Oficial do Metropolitan Opera:
www.metopera.org

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