Por Louise Duarte
Meu Pé de Laranja Lima que é inspirado no livro homônimo de José Mauro de Vasconcelos publicado em 1968 e que já foi traduzido para 12 idiomas e publicada em mais de 30 países. O filme conta a história de Zezé (João Guilherme Ávila/Caco Ciocler) um garoto arteiro, com uma imaginação fértil e que na falta de afeto e compreensão da própria família, se refugia em um pé de laranja lima como seu único amigo. Isso até conhecer direito e fazer uma bela amizade com Manuel Valadares também conhecido como Portuga (José de Abreu) que depois de ajudar o menino quando ele se machuca, acaba se tornando quase um pai para Zezé já que o seu verdadeiro só sabia maltratar o coitado.
E é a partir do início dessa amizade, que o filme toma forma se tornando quase uma fábula do ponto de vista do pequeno Zezé que para todos em sua família não passa de um menino problema, que só sabe aprontar e que acham que ele é até possuído pelo diabo por isso. Mas quando a amizade com o Portuga é mostrada o que um tem para ensinar para o outro e o verdadeiro valor de uma amizade independente de status, idade, ou qualquer outra coisa.
Dirigido por Marcos Bernstein (O Outro Lado da Rua) que também assina o roteiro, ele soube conduzir bem os atores especialmente porque ele tinha em mãos o pequeno João Guilherme Ávila como protagonista do longa. E o jovem ator não fez feio. Zezé consegue divertir e emocionar o público. Ora com suas traquinagens, ora com a sua vida sofrida ao lado da família que o menospreza. José de Abreu também foi uma escolha certa para integrar o elenco ao lado do jovem ator. Interpretado o português Manuel, fez das cenas com João as mais divertidas, bonitas e poéticas do filme.
Outras cenas que são de encher os olhos do telespectador não só por conta da bela fotografia mas também da poesia contida nelas são as cenas de Zezé no Pé de Laranja Lima que sem dúvida nenhuma também é um personagem no filme. A imaginação do menino, faz da árvore um ser vivo que conversa com ele e se transforma em um cavalo onde ele monta para fugir de sua atual realidade.
O filme que estreou no Festival do Rio do ano passado e participou na mostra Alice do Festival de Roma, onde o júri que o premiou destacou “o perfeito equilíbrio entre poesia e entretenimento, que o transforma em um filme tecnicamente elegante e, ainda assim, acessível” já está em cartaz nas salas brasileiras.
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