quarta-feira, 16 de março de 2016

#RCM2016 - Painel #Netflix no #‎RioContentMarket‬ é um dos destaques da edição desse ano

Na edição 2016 do RioContentMarket, entre os vários destaques estava Erik Barmack, responsável pelos conteúdos Originais no Netflix, em relação aos países que possuem a versão local do serviço, como o Brasil.


No painel do Netflix, que aconteceu no último dia do evento (11 de março), foi mostrado a ideias de investimento no desenvolvimento de conteúdo local, como alta qualidade, para vários países ao redor do mundo. Um dos exemplos foi 'Narco' que foi filmada na Colômbia, em duas línguas, inglês e espanhol, com atores de várias nacionalidades, como o brasileiro Wagner Moura. A série é assinada pelo cineasta José Padilha, do Brasil, com produção da companhia francesa Gaumont e o roteiro é assinado por Chris Brancato. Além disso, foi apresentada a primeira produção original para o Netflix Brasil.

O Netflix busca por conteúdos produzidos em outros territórios e idiomas (além do inglês), desenvolvido por produtoras locais, mas com distribuição mundial.

Foi apresentado, junto com a produção brasileira, outros projetos, como 'Club de Cuervos' e 'Ingobernable' do México, 'Marseille' da França, 'Dark' da Alemanha e 'Siburra' da Itália.

Sobre a produção nacional, chamada '3%' temos dois avanções para o Brasil, não só é a primeira produção Netflix brasileira, como a primeira série de TV de ficção científica. Que dá uma esperança para quem quer ver produções no Brasil além dos limitados gêneros atualmente produzidos. Quem está produzindo '3%' é a Boutique Filmes conhecida pelo brilhante trabalho com o pessoal do programa 'Cinelab' do Canal Universal.

'3%' tem direção de Cesar Charlone e o elenco conta com os atores João Miguel e Bianca Comparato. A previsão de estreia é ainda para esse ano (2016).


"A prioridade são produções que permitam múltiplas temporadas, com bons roteiros e atores de talento," afirmou Erik Barmack. "Queremos produções com atmosfera diferente e que saiam dos padrões tradicionais (visto geralmente em produções dos Estados Unidos)."

Em relação as novas aquisições do Netflix, há 30 novas temporadas de conteúdo, que inclui 20 novas produções para o público infantis.

"A nossa estratégia é ter uma boa combinação de produção original e aquisições," ressaltou o vice-presidente de conteúdo original local do Netflix.

Para quem gosta de variar 'Ingovernable' estrelado pela atriz Kate Del Castillo, é um thriller em língua espanhola, de 16 episódios, que também deve ser lançada ainda esse ano.

A produção italiana 'Suburra', drama criminal, e a primeira série da Netflix produzida na Alemanha, "Dark", thriller do diretor Baran Bo Odar; devem estrear só em 2017.

Erik Barmack aproveitou para desmentir que o Netflix basea as aquisições e produções originais só através dos hábitos de uso de seus assinantes. O que o Netflix faz é usar os dados para testar e medir as chances de sucesso das novas produções. O que para os assinantes brasileiros foi a comprovação que há muitos fãs de ficção científica, coisa que canais tradições nunca levaram em conta, mantendo suas produções limitadas as mesmas histórias envolvendo o gênero drama e comédia, e os cansativos reality show.


Ponto para o Netflix e torcida para '3%' ser o primeiro de muitos programas nacionais com gêneros além dos sempre produzidos pelos canais convencionais. Que venha mais séries de ficção científica e quem sabe algumas em estilo 'The Walking Dead', 'Game Of Thrones', 'The Vampire Diaries', 'Supernatural' e até mesmo de investigação tipo 'Castle'.

A Netflix estará bancando integralmente a produção, para assim deter os direitos da obra, mas estão aberto a negociações, desde que haja a garantia da janela global on-demand. O que talvez abra a oportunidade sem precedentes para a produção de adaptações de livros nacionais, pois o que não falta são ótimos autores nacionais escrevendo para diversos gêneros. Além de ótimas histórias de ficção científica como 'Cidade Banida' do Ricardo Ragazzo e 'Cyber Brasiliana' do Richard Diegues, há outras de gênero como os thrillers de Luiz Eduardo Matta aos suspenses de ação com os vampiros e seres sobrenaturais de Nazarethe Fonseca, Giulia Moon, Simone O. Marques e Eduardo Kasse de Guarulhos. Das histórias de fantasia com dragões e seres mágicos da Eddie Van Feu, Renato Rodrigues e Ana Lúcia Merege, aos "mortos que caminham" do Tiago Toy. A lista é longa e espero que a iniciativa do Netflix incentive a produção de algumas dessas histórias fantásticas, que dá aos brasileiros, fãs dos gêneros, uma nova esperança para fugir da mesmice das produções atualmente existentes por aqui.

Vale dizer que o Netflix, por ser uma plataforma on-demand, também busca histórias com um desenvolvimento mais longo, não só histórias que se resolvem por episódios.

Com a América Latina é um mercado cada vez mais importante para a empresa, não somente em relação aos assinantes, mas quanto as produções originais locais, o Netflix começou a abrir suas portas  dos assinantes é de fora dos Estados Unidos. Por isso a necessidade de pensar em uma programação a nível mundial e a necessidade de adaptar a programação, pensando em conteúdos locais e criar não só conteúdo original, mas diferenciado.

Quanto as produções serem nos idiomas locais, ou em inglês, Erik Barmack usou novamente 'Narcos' como exemplo, já que a série acabou com a "lenda" que os norte-americanos não assistem nada com legenda.


"Porém ainda estamos começando a compreender a forma que o conteúdo viaja ao redor do mundo," diz o vp de conteúdo do Netflix. "Eu acredito que muita gente vai assistir a esses programas e se envolver em uma conversa global."

Ele acredita que boas séries encontram mais público pelo mundo ao serem mais autênticas.

"No Brasil, vamos procurar histórias em português, porque queremos uma história autêntica do mercado daquele escritor", explicou.

O foco atual do Netflix são as séries, mas há interesse em investir também na produção de filmes. Em resumo, o Netflix busca coisas singulares, diferentes, feitas por escritores de qualidade. Aproveitando o fato de ser uma plataforma on-demand, para contar histórias de formas diferenciada.

Ser original e produzir programas diferenciados é a forma do Netflix continuar a frente, em relação a plataforma, já que TVs por assinatura, como a HBO e recentemente a Fox, estão investindo pesado na plataforma de video on-demand, buscando não ficarem limitadas as operadoras.

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Sobre a edição 2016: RCM2016

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Texto e Fotos: Anny Lucard

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