Por Anny Lucard
O episódio da série britânica de ficção científica 'Doctor Who', 'The Day of the Doctor', que atualmente tem Steven Moffat a frente da produção, não é um filme, mas usa algumas técnicas cinematográfica que o faz ter cara de filme.
Com um roteiro bem escritos, surpreende os fãs de 'Doctor Who', antigos e novos, pela qualidade cinematográfica. Aqueles que assistiram o episódio especial dos 50 anos da série britânica tiveram uma ótima surpresa, pois superou as expectativas. Além de dar aos fãs a chance única de ver o episódio simultaneamente em todo o mundo pelas filiais da BBC e também em sessões especiais de cinemas no dia da exibição e em 3D.
Mesmo que o sonho de ter um filme de 'Doctor Who' não tenha se realizado, como muitos fãs queriam para tão especial data, o episódio exibido no dia 23 de novembro, a exatos 50 anos da primeira exibição da série, tem ares cinematográficos e conseguiu ser um especial a altura.
A história do episódio 'The Day of the Doctor' também é um destaque a parte, pois é um daqueles raros roteiros para TV, que além de seguir a história do programa ao qual pertence, possui uma história bem desenvolvida e amarrada. Que vai funcionar bem entre o público que conhece 'Doctor Who' e suas aventuras, assim como para quem nunca viu um episódio. (E resolveu ligar a TV no dia em questão, ou comprou um ingresso para uma das sessões de cinema, só para ver quem é esse Doutor.)
O roteiro narra um dos piores momentos da vida do Doutor, último de sua espécie (os Time Lords), que é a destruição de seu planeta natal, Gallifrey.
Emocionante e empolgante, o episódio mostra algumas faces do Doutor, literalmente, pois o alienígena viajante do tempo tem uma curiosa capacidade de regenerar, que o permite viver mais que outras espécies, pois em dadas situações ele ao invés de sucumbir a morte, ganha um corpo novo, o que o torna um ser que pode viver por séculos.
Dono de uma nave especial e máquina do tempo com consciência própria, viaja pelo universo e pelo tempo fazendo amigos e também arrumando confusão. Como sua história complicada envolvendo a família real britânica, que tem um relacionamento de amor e ódio com alienígena, ao ponto de criar um instituto só para pegá-lo, Torchwood. (Mas essa é outra história, ou melhor dizendo, outra série.)
No roteiro de 'The Day of the Doctor', para quem é fã de carteirinha, há vários "easter eggs" e referências a história do Doutor, mas que não vão atrapalhar em nada na história para quem não conhece muito da série. Isso porque o episódio funciona bem como "piloto", explicando a história principal da série, apresentando personagens e mesmo que bem amarrada, deixa o público curioso, com gostinho de quero mais.
Além do ótimo roteiro e o estilo cinematográfico, o episódio tem ótimos efeitos visuais e edição. Também sendo bem trabalhado para funcionar tanto em 2D, como em 3D.
Quanto a história, se inicia com a companheira de viagem atual do Doutor, Clara Oswald (Jenna Coleman), indo encontrar a regeneração do alienígena interpretado pelo ator inglês Matt Smith.
O Doutor é conhecido por gostar de ter companhias em suas viagens no tempo/espaço, ou mais de uma, geralmente mulheres. Algo que irrita sua nave espacial/máquina do tempo, que tem uma "personalidade" feminina, a T.A.R.D.I.S (Time And Relative Dimensions In Space). Com tecnologia Time Lord todas as TARDIS são maiores por dentro, além de ter uma curiosa capacidade de mudar de aparência e se mesclar com o ambiente a sua volta. Função essa que no caso da TARDIS do Doutor quebro em Londres, na época que existia as famosas cabines telefônicas azuis, Police Box, que virou sua aparência característica.
Porém o encontro de Clara com o Doutor e consequentemente os planos de uma viagem pelo tempo e espaço no fim de semana muda, quando o pessoal da UNIT (United Nations Intelligence Taskforce), uma organização militar britânica que sabe da existência do Doutor, pega a TARDIS, içando a nave espacial/máquina do tempo com o auxílio de um helicóptero e levando-a para Londres. Isso sem avisar o Doctor que não gosta de ser "pego" e acaba pendurado na porta da nave.
Durante a história a regeneração atual do Doutor de Matt Smith, vai encontrar a regeneração anterior, interpretada pelo ator escocês David Tennant, a dupla de Doutores é uma atração a parte, pois a química dos dois é perfeita e divertida, especialmente quando um resolve tirar onda da cara do outro, zoando a si mesmo pelo ponto de vista Time Lord.
Nota: Para quem viu o episódio no cinema há uma surpresa. Antes do episódio iniciar, mostram um dos personagens querido da série, que não participa do episódio em si. Strax explica as normas para quem está no cinema se comportar. Nada de celular durante a sessão, nem gravar o episódio, mas vale "matar" muitas pipocas. Porque de acordo com ele, elas são seres que devem ser torturados e eliminados. O que arranca risada de todos, mas não se compara como Matt Smith sendo chamado atenção por Jenna Coleman ao falar que o episódio será exibido em 12D. A decepção dele ao dizer que é só em 3D expressa em seu rosto é hilária, erro que ele explica ter cometido por estar voltando do Centenário da série, que além de ser em 12D, tinha reunido 57 Doutores. Ele aproveita para falar sobre o uso do óculos 3D para encontrar algum Zygons disfarçados de humanos, dentro da sala de cinema. David Tennant também aparece para falar sobre o 3D, alertando que pode destacar imperfeições e queixos grandes, aproveitando para zoar Matt Smith.
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