Por Anny Lucard
O filme nacional 'O Homem do Futuro' é um dos melhores filmes já produzido pelo cinema brasileiro e também uma ótima ficção científica.
Mesmo que o Brasil não tenha tradição no cinema sci-fi, o diretor e roteirista Cláudio Torres prova que quando se quer, pode-se fazer o impossível, até mesmo uma das melhores histórias de ficção científica envolvendo viagem no tempo desde 'De Volta Para o Futuro'.
Nesse filme, o roteiro nos leve de volta ao passado de 2011, que seria o presente futurista na visão de Cláudio Torres, que imagina que quando o dinheiro é bem aplicado, até no Brasil pode-se fazer ciência e construir um acelerador de partículas.
A história tem como personagem principal João, conhecido por Zero, interpretado brilhantemente por Wagner Moura, que faz não só uma versão do personagem para duas realidades distintas, como uma versão de 20 anos, com direito a olhar doce e ingênuo que impressiona.
Com 3 Wagner Moura, uma trilha sonora maravilhosa, que inclui regravações de músicas como "Creep", da banda britânica de rock Radiohead, e "Tempo Perdido", da banda brasileira de rock Legião Urbana; o filme é uma das melhores produções realizadas no cinema nacional dos últimos tempos.
Sem inventar muito em efeitos especiais, Cláudio Torres seguiu uma linha simples de tecnologia para filmagens de ficção científica comum nos anos de 1980, que funcionou excepcionalmente em 'O Homem do Futuro'.
Com montagem e edição de som bem trabalhados, ótima direção de arte, o ar de produção retrô quebra a questão do pouco orçamento para uma ficção científica, e o filme não fica com cara de trash cheio de "defeitos especiais". Pelo contrário, o filme ficou com um visual de alta qualidade, especialmente para os padrões nacionais, mesmo com a simplicidade da produção. O que o coloca na lista de filmes nacionais imperdíveis, ao lado dos 'Tropa de Elite', também com Wagner Moura.
O roteiro narra a história do cientista quarentão Zero, em 2011, que tem fama de gênio louco por conta de um incidente ocorrido na festa de fim de ano da faculdade, quando tinha 20 anos. Onde foi publicamente humilhado pela garota que amava, Helena, interpretada por Alinne Moraes.
Mesmo brilhante e chefiando um grandes projetos científicos no Brasil, sua obsessão em se vingar de Helena de alguma forma, é maior que sua motivação para qualquer outra coisa, até em relação ao revolucionário projeto em que trabalha, que pode mudar o setor mundial de energia.
A amiga e patrocinadora do projeto Sandra (Maria Luiza Mendonça), tenta ajudá-lo e incentivá-lo, pois sabe do potencial do amigo, que junto de Otávio (Fernando Ceylão), estão a ponto de conseguir resultados. Só que Zero se precipita, por não está raciocinando direito diante da notícia que Helena, agora modelo internacional, está no Brasil.
O resultado é um erro de cálculo e a falha do teste, mas a máquina inacabada funcional bem, mas não para o propósito inicial e faz Zero voltar no tempo, na noite que tudo em sua vida virou de pernas para o ar, em 1991.
Com várias referências de filmes clássicos do gênero, mas ainda com cara de algo original e 100% nacional, 'O Homem do Futuro' é uma ótima ficção científica, a qual surpreende tanto por ser um filme brasileiro de altíssima qualidade, como por uma ótima produção sci-fi.
Em 'O Homem do Futuro' vemos que o jeitinho brasileiro e apaixonado, pode se tornar não somente ótimas histórias, mas também de gêneros variados, como uma ficção científica futurista com viagem no tempo.
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