Por Anny Lucard
O filme A 5ª Onda (The 5th Wave, 2016), tem direção de J Blakeson e o roteiro é assinado por Susannah Grant, Akiva Goldsman e Jeff Pinkner. A trama narra uma história envolvente e muito intrigante, que mesmo baseado em um livro de mesmo nome, com foco no público mais jovem, surpreende os adultos que possuem um gosto mais variado em relação a ficção científica em "futuro pós apocalípticos".
Baseado na série de livros do autor Rick Yancey, 'A 5ª Onda' inicia diferente do que se imagina pelo trailer, que seria apenas um filme catástrofe. Depois, como ondas, a trama vai se apresentando e mostrando a que veio.
Apresentada de forma simples, mas funcional, a história base do roteiro e os personagens logo cativam, envolvendo o público no mistério por trás das ondas e também o convida a desvendar qual será a "quinta onda".
Mesmo sendo uma boa ficcão científica, talvez os fãs mais tradicionais não se interessem, pois o alvo é o público jovem. Logo, além do roteiro ser desenvolvido para uma faixa etário de 14 anos, também possui elementos de interesse do público de jovens adultos, que fãs mais consevadores da ficção científica não vão gostar.
Apesar do foco certeiro no público alvo, o filme não deixa de ser interessante para os fãs do gênero, o qual logo mostra que não se trata de outro filme "young adult" (como tantos que foram produzidos com base em livros populares do gênero nos últimos anos). A trama têm elementos que vão interessar aos adultos, mas só os que curtem uma boa ficção científica futurista sem preconceito.
No entanto, vale dizer que aqueles mais tradicionais que curtem os futuros apocalíptico, onde as pessoas perderam a humanidade e não são capazes de se relacionar normalmente com outras pessoas, nem criar vínculos de amizade ou ter um romance, podem esquece o filme. A produção é um pouco mais realistas nesse assunto.
No decorrer do filme as histórias dos personagens são reveladas, se cruzam e criam situações de tensão entre eles. Veremos momentos de puro desespero, medo e revolta, assim como demostrações de ódio, amor, compaixão e outras emoções humanos normais, especialmente em situações extremas. Nada de humanos "robotizados" que só sabem sobreviver, típicos de filmes do tipo. Tão pouco, mesmo que a história tenha foco na personagem da atriz Chloë Grace Moretz, que faz Cassie Sullivan, não é uma trama que se foca 100% nos padrões pré idealizados para filmes com foco no público feminino. Há personagens jovens e verdadeiramente femininas, não são "mocinhas indefesas" e tão pouco uma versão masculina de heróis (como nas vistas em filmes focados no público masculinos). Na verdade, o roteiro consegue balancear bem a história, dividindo da melhor forma possível a trama entre a história de Cassie e os personagens de Ben Parish (Nick Robinson), Sam Sullivan (Zackary Arthur) e Evan Walker (Alex Roe), de forma a surpreender.
Vale dizer que as jovens mulheres de 'A 5ª Onda' são capazes de se virarem sozinhas em meio ao caos gerados pelas "ondas", mas não perdem sua feminilidade. Há inclusive as que consegue manter a maquiagem, mas também brigam com ferocidade.
As garotas também continuam se encantando com os gentis bonitões (pois ninguém é de ferro), da mesma forma que os garotos perdem o foco olhando uma bonitona, mas o diferencial dessa produção é que na hora que ambos os sexos precisam lutar pela sobrevivência, eles se ajudam, para juntos se salvarem. Ponto super positivo para o roteiro pela inovação, que não discrimina e também mostra que ambos os sexos devem se unir, pois nenhum é melhor que o outro. Além de mostrar que ambos deve proteger, juntos, o bem maior da humanidade, as crianças. Sejam meninas ou meninos, eles são o futuro da ração humana.
'A 5ª Onda' estreia nos cinemas de todo o Brasil na próxima semana, quinta-feira, dia 21 de Janeiro.
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