Por Anny Lucard
O filme baseado no primeiro livro da trilogia escrita por E.L. James, 'Cinquenta Tons de Cinza' (Fifty Shades of Grey), estreia amanhã (12 de janeiro) nos cinemas do Brasil e a Digital Rio esteve na cabine de imprensa carioca da produção. (Uma das cabines de imprensas pelo mundo, envoltas em grande mistério, que incluiu crítica e imprensa assinando um Termo de Confidencialidade para poder "encontrar o Sr. Grey". Tal exigência do estúdio responsável não é novidade na área, mas é impossível não comentar o fato, pois remete a uma das atitudes mais marcantes do personagem principal.)
Em 'Cinquenta Tons de Cinza' a diretora Sam Taylor-Johnson precisou manter o equilíbrio na hora de conciliar as imagens com a descrição do roteiro, para manter o filme dentro dos moldes de uma produção do cinema tradicional. Isso porque o roteiro é baseado em um livro que não mede palavras em suas descrições em relação ao conteúdo sexual e que se fosse feito 100% fiel ao texto original, teria que ser uma produção do cinema pornô, industria cinematográfica que assim como Hollywood tem regras e termos a seguir.
No entanto, como o filme é uma produção de um estúdio tradicional e conceituado hollywoodiano (a Universal Pictures), não podia ir além do que foi, com um roteiro que resume bem a história do conturbado relacionamento entre o bilionário Christian Grey, interpretando por Jamie Dornan, e da universitária Anastasia Steele, papel da atriz Dakota Johnson.
A diretora de 'Cinquenta Tons de Cinza' também teve o cuidado de mostrar o contraste entre os mundos dos personagens, definindo visualmente as diferenças entre a vida do Sr. Grey e da jovem universitária Anastasia Steele, formanda, usando a fotografia para destacar o fato. Onde também buscou, especialmente em algumas cores, uma forma de destacar o erotismo da trama.
O conteúdo erótico do filme também contou com a trilha sonora para ressaltá-lo. Um ótima trilha musical, para quem curte o estilo escolhido. Porém quem leu o livro e pesquisou as influências da autora, como é de costume fazer, talvez chegue a mesma conclusão que eu, que não se trata de um filme de conteúdo erótico simplesmente, mas de uma paródia.
Isso porque a britânica E.L. James é fã declara da norte-americana Stephenie Meyer (criadora da saga Crepúsculo) e que se inspiro na história de sua autora favorita, para desenvolver a ideia de 'Cinquenta Tons de Cinza', quando escreveu uma fanfiction de 'Crepúsculo'. Por conta disso, quem conhece a história de Meyer, verá peculiaridade com os personagens de James.
E onde a ideia de paródia se encaixa? Quem leu os livros, verá mais peculiaridade entre Bella e Grey, assim como Edward e Steele, que o contrário. Mesmo que no filme tentem disfarçar a inversão de papéis, bem mais clara no livro, uma das semelhanças mais marcantes não tem como, pois trata do fato de Grey ser tomado por uma obsessão alucinada por Steele, assim que coloca os olhos nela. O mesmo que acontece com Bella, quando vê Edward pela primeira vez.
'Cinquenta Tons de Cinza' entra em cartaz essa semana com a declaração da Universal Brasil da faixa etária ser 16 anos, mas na minha opinião o conteúdo erótico do filme, por ter foco em um tema muito complexo até para os adultos, não é recomendado para menores e deveria ter classificação 21.
Leia+: Cinquenta Tons
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