O Jogo da Imitação

Por Louise Duarte

Mais um dos filmes indicados ao Oscar desse ano está chegando as salas de cinema. Um dos grandes concorrentes a estatueta dourada mais disputada das premiações cinematográficas, 'O Jogo da Imitação' (The Imitation Game, 2014) é estrelado por Benedict Cumberbatch e Keira Knightley. Com direção de Morten Tyldum e roteiro de Graham Moore, o filme conta a história verídica do matemático Alan Turing, interpretado por Cumberbatch (da série britânica 'Sherlock'), que consegue decifrar o código que ajuda a impedir os alemães de vencerem a Segunda Guerra Mundial.

Por ser uma pessoa muito difícil e de poucas amizades porém considerado brilhante, Alan é incumbido de selecionar as pessoas que irão participar do projeto militar secreto em Bletchley Park, localizado no Reino Unido, que visa desvendar o enigma por trás do código nazista inquebrável das mensagens entre os alemães. Entre eles, é selecionada também a única mulher do grupo, Joan Clarke (Knightley) que acaba tendo que mentir para seus pais do real motivo dela estar lá, ou não poderia participar do projeto por ser um ambiente com muitos homens para a moral e bons costumes da época.

Turing foi responsável por desenvolver já naquela época, uma máquina responsável por decrifar o código instantaneamente, que décadas depois ficou conhecido como o computador. Na verdade, a equipe comandada por ele criou o primeiro computador do mundo. A chegada de Joan a equipe ajuda Alan a lidar melhor com a sua equipe também que a princípio não o tolerava. É graças a ela, que ele vai conseguindo ganhar pelo menos um pouco de simpatia, com sugestões de como se “enturmar” com o resto da equipe.

O filme também mostra flashbacks da adolescência de Turing em um internato para meninos, onde ele desenvolveu suas habilidades matemáticas, mas também se isolou das outras crianças depois da morte prematura de seu melhor amigo. É através desses flashbacks que descobrimos mais sobre a vida do matemático, que passou sua vida escondendo sua homosexualidade, já que naquela época era considerado crime.

Benedict Cumberbatch que apesar de já estar mais consolidado no cinema depois de estrear filmes como 'Star Trek - Além da Escuridão', '12 Anos de Escravidão', 'O Espião Que Sabia Demais' entre outros trabalhos; continua com os seus trejeitos de Sherlock Holmes da série britânica para alguns de seus trabalhos, como foi o caso desse filme. Alias, pode-se dizer que Alan Turing é uma mistura de Sherlock Holmes, com Sheldon Cooper (personagem de Alan Parsons no seriado 'The Big Bang Theory'). Contudo, o ator está ótimo no papel justificando a indicação ao Oscar desse ano (assim como as outras sete indicações que o filme concorre).

Keira Keightley finalmente fugindo de um papel de mocinha indefesa fazendo da sua Joan a antagonista perfeita para Turing e saindo um pouco dos clichês de seus filmes anteriores, ela acaba ajudando o matemático a esconder seu grande segredo enquanto trabalha com ele formando assim uma amizade verdadeira entre eles. Sem papas na língua, ao contrário dele, Joan diz o que pensa especialmente para Alan para poder assim ajudar da melhor maneira que puder.

Baseado no livro 'Alan Turing - The Enigma' escrito por Andrew Hodges, o roteiro de Graham Moore mostra com precisão, a vida conturbada do matemático que ainda foi obrigado a tomar injeções de hormônios para reprimir sua sexualidade para evitar que fosse preso.

Com oito indicações ao Oscar desse ano (Melhor Filme, Ator, Atriz Coadjuvante, Diretor, Roteiro Adaptado, Edição, Design de Produção e Trilha Sonora) 'O Jogo da Imitação' é distribuído pela Diamond Films e estreia nos cinemas brasileiros no dia 5 de fevereiro.


Outras críticas de Louise Duarte, em parceria com o Tabula Rasa, leia+:
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