Por Louise Duarte
Como alguém maquinando algo lá em cima
Não sei o que pode ser. Nem o que vai acontecer
Mas isto que vem, não é novidade pra ninguém.”
- Bert em Mary Poppins
Mas o que ele certamente não esperava é que a escritora fosse tão intransigente e super protetora com a sua obra. Referindo-se a Mary Poppins e a Família Banks como “família”, ela certamente não quer que Hollywood destrua sua história nessa adaptação que conta ainda com tudo que ela não queria incluindo sequências animadas e musicais. Mas aos poucos vamos descobrindo o verdadeiro problema da escritora já que todos sempre achamos que Mary Poppins veio até a família Banks para salvar as crianças Jane e Michael quando na verdade, ela veio salvar o pai delas, George Banks.
Misturando os bastidores da produção do filme que aconteceram dois anos antes em que Walt, junto com o roteirista Bob e os letristas irmãos Sherman tentavam a todo custo agradar a escritora com cenas de flashback da infância dela mostrando sua relação com o pai alcoólatra que sempre a incentivava a sonhar e a fantasiar, mas isso não impediu a escritora de ter tido uma infância difícil que só piora quando o pai fica doente e sua mãe é obrigada a chamar sua irmã (que obviamente foi a inspiração para a criação da personagem Mary Poppins) para ajudar a cuidar dele. P.J ou Pamela (que na verdade se chamava Helen) ainda se culpa pela morte do pai e por isso a super proteção com os direitos da obra, afinal de contas os livros não deixam de ser seus “filhos”.
Roteirizado por Kelly Marcel e Sue Smith e dirigido por John Lee HanCock, o filme é estrelado por Emma Thompson (como a escritora P.L Travers), Tom Hanks (como Walt Disney), Colin Farrel (Como o pai de Pamela, Travers Goff), Rachel Griffins (como Tia Ellie), Bradley Whitford (Como o roteirista Bob) e grande elenco.
Emma Thompson está ótima dando vida a escritora P.J Travers que poderia parecer difícil e até mal humorada por conta de querer proteger o máximo a sua obra, mas que no fundo ainda estava tendo dificuldades em lidar com o seu passado, especialmente por conta da morte do seu pai que ela ainda não havia superado mesmo depois de adulta. As cenas de flashback dela criança quando era chamada pelo pai de Ginty mostram bem isso e sua forte ligação com ele.
Tom Hanks encarnou bem Walt Disney e suas cenas com a escritora certamente são divertidas para não dizer inusitadas. Tentando agradar ela a todo custo, ele não poupava esforços em fazer suas vontades na esperança de que ela aprovasse o roteiro e que o filme finalmente virasse realidade para poder cumprir a promessa que tinha feito as suas filhas.
Colin Farrell apesar de interpretar um personagem alcoólatra merece o destaque no longa porque apesar de sua vida difícil, não deixava de tentar agradar a filha e a criar mundos fantasiosos com ela o que acabou virando uma espécie de herói para os olhos da filha (mas que pai não é quando se é criança?) que o venerava mais do que tudo no mundo. O passado de Pamela mostrado através de flashbacks explica muito do seu presente e porque ela ficou tão intransigente e rancorosa.
Rachel Griffin apesar de aparecer pouco, é através dela que descobrimos em quem Pamela se inspirou para criar sua adorável babá mágica que com certeza fez parte da infância de muitas crianças. Todos os trejeitos de Mary Poppins vieram da Tia Ellie quando ela chega a casa da família de Pamela para cuidar do pai dela quando este fica doente.
Não espere ver os bastidores das filmagens com Julie Andrews ou mesmo Dick Van Dyke (que a escritora nem queria no filme) no longa, mesmo porque a história se passa dois anos antes das filmagens começarem quando começaram as primeiras reuniões com Walt e sua equipe. Mas mesmo assim, o filme não deixa de ser divertido, tocante, engraçado e emocionante. Uma boa pedida para toda a família.
'Walt Nos Bastidores de Mary Poppins' estreia amanhã, dia 7 de março, e está sendo distribuído pela Walt Disney Pictures.
Nenhum comentário:
Postar um comentário